quarta-feira, 18 de março de 2009

Deolinda

Nada mais oportuno que escrever um post sobre o álbum com que me deito e levanto há já algumas semanas - "Canção ao lado" dos/da Deolinda. A meu ver um CD extraordinário, fazendo jus ao que de mais criativo e fresco tem emergido da música portuguesa contemporânea. Bem consistente com a imagem de Deolinda, uma rapariga com " idade suficiente para saber que a vida não é tão fácil como parece, solteira de amores, casada com desamores, natural de Lisboa, que habita um rés-do-chão algures nos subúrbios da capital" e "compõe as suas canções a olhar por entre as cortinas da janela, inspirada pelos discos de grafonola da avó e pela vida dos vizinhos". Por entre músicas como "Eu tenho um melro", "Lisboa não é a cidade perfeita" ou "Clandestino", para mencionar apenas algumas, vamos redescobrindo, por entre um véu trágico-cómico, que sabe ou quer descolar-se do Fado tradicional, um sentimento quente e reconfortante do que é ser-se português. De forma despretenciosa, que desenterra empaticamente alguns elementos kitch numa combinação deliciosa com o "bairrismo luso", o álbum "Canção ao Lado" é uma visão inocente e emocional mas não ingénua das coisas da vida quotidiana, observadas de um simples parapeito. Talvez viciante mas, por certo, imperdível.

3 comentários:

Anónimo disse...

Na minha opinião das melhores bandas portuguesas de sempre. Já comprei, já ofereci e não me canso de cantar Deolinda!
Beijinho

Luís Monteiro disse...

Excelente o "Movimento Perpétuo Associativo",
um espelho deste "vai-não-vai" tão português.
Amannhã vou ter a sorte de os ver e ouvir ao vivo no Algarve:)

Luciano Rodrigues disse...

Tá bonito tá...